segunda-feira, 1 de abril de 2013

bmw 640i coupé


Quando nasceu, em 2003, o Série 6 era um grande cupê de duas portas que rivalizava em tamanho com os sedãs da Série 5 e destinava-se a um público que buscava mais esportividade na tocada e no design. Na segunda geração, a BMW aproveitou para aumentar essa família (além do Coupé, havia a versão Cabrio) com o Gran Coupé, que traz duas portas extras e entre-eixos maior. Se você acha que esta versão é um concorrente do Mercedes CLS que está chegando atrasado, tem toda razão. Mas esse atraso traz uma vantagem. O novo cupê-sedã estreia com estilo sóbrio, de linhas mais elegantes que as de seus rivais ou mesmo de seu antecessor. Comparado à primeira geração, parece uma clara resposta aos clientes tradicionais da BMW que sempre torceram o nariz para a fase de exageros estilísticos de Chris Bangle, chefe do design da marca até 2009.

A diferença desse concorrente de CLS, Audi A7 Sportback ou Porsche Panamera para o Série 6 Coupé (a versão duas-portas) está principalmente nos 11,3 cm a mais no entre-eixos, permitindo na teoria levar três pessoas atrás, que agora têm acesso ao interior pelas portas extras. Digo "na teoria" porque usar o assento central traseiro do Gran Coupé exige medidas de faquir e pique de vaqueiro para "montar" o console central que avança até a traseira. Ele obriga o passageiro de patente inferior a viajar de pernas abertas, em posição bem desconfortável.

No entanto, se estivermos falando de apenas quatro ocupantes, todos estarão bem servidos de espaço em largura e comprimento - e passageiros até 1,80 metro de altura se sentam atrás sem encostar a cabeça no teto. O porta-malas reserva bons 460 litros, expansíveis a 1265 com o rebatimento do encosto. Pena que a boca de acesso seja relativamente pequena. Curiosamente, seu comprimento total ficou maior que o do Série 5 (com o qual compartilha a plataforma) e apenas 6 cm menor que o do Série 7.

Copos a mais 
No restante, já conhecemos o excelente padrão de acabamento da Série 6, que combina couro e alumínio, que dão um ar aristocrático ao interior. O painel é direcionado para o motorista, enquanto os assentos no Gran Cabrio estão em posição ligeiramente mais alta que no Coupé. A colocação de dois apoios extras de copos tornou menos ergonômico o uso da alavanca do excelente câmbio automático de oito marchas e do comando de controle multimídia iDrive.

As vendas na Europa começam em meados do ano, com 640i e 640d (diesel), ambos 3.0 biturbo de seis cilindros em linha com start-stop e programas de condução Sport+, Sport, Comfort, Comfort+ e Eco Pro, que ajustam resposta do acelerador, gerenciamento do motor, assistência da direção, controle de estabilidade e afinações de suspensão e câmbio.

Avaliamos na Sicília o 640i, que fará sua estreia no Brasil no Salão do Automóvel, em outubro. Esse motor tem uma resposta impressionante mesmo em baixa rotação, como se nota pelos 45,9 mkgf disponíveis a baixíssimos 1 300 rpm - e assim permanecendo até 4500 rpm. Em nenhuma faixa de giro se sente falta de torque ou potência, pois é só pisar no acelerador ou reduzir uma marcha para sentir o carro engolindo o asfalto com mais rapidez. A aceleração de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos dá uma ideia do desempenho desse carro com 5 metros de comprimento e 1 750 kg de peso.

O Gran Coupé ganha em conforto comparado ao Coupé não só pelo entre-eixos longo, mas ainda pelo ajuste ligeiramente mais suave da suspensão. A direção não é tão precisa e comunicativa como a BMW sabe fazer em modelos mais esportivos, porém agrada mesmo na versão sem sistema ativo que dirigimos, que apenas varia o software da assistência elétrica e não a própria desmultiplicação - a versão ativa também esterça ligeiramente as rodas traseiras.

A partir do segundo semestre começam a ser vendidos lá fora o 650i e o 650i Xdrive (com tração nas quatro rodas), equipados com um V8 com dois turbos, além de injeção direta de gasolina e sistema de controle variável de abertura e fechamento das válvulas de admissão e de escape. O resultado não podia ser mais impressionante: 0 a 100 km/h em apenas 4,6 segundos, com um consumo homologado no ciclo europeu de 11,2 a 11,6 km/l, segundo a BMW. Uma mostra de como o Gran Coupé conse- gue combinar características diferentes na mesma fórmula, tanto no estilo como na mecânica.





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